segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Terapia na Ansiedade

Não é a realidade que é ameaçadora, mas a interpretação que fazemos dela

Nas perturbações de ansiedade, os pensamentos estão por norma focados no futuro, sobrevalorizando o perigo inerente a determinada situação que se supõe ter que enfrentar. Quando o corpo está no momento presente e o pensamento no futuro, destitui-se da capacidade de agir perante a ameaça percebida, levando ao sentimento de incapacidade de acção e auto protecção, activando de forma automática respostas físicas de ansiedade.

Assim, poderá existir uma avaliação incorrecta da situação, sendo os riscos físicos ou psicológicos da mesma avaliados desadequadamente e minimizando os recursos próprios para o enfrentamento do perigo percebido.

Mesmo sendo a ansiedade provocada por uma avaliação errada e futura, existem respostas físicas que são por ela activadas e são inadequadas à situação real e presente, criando um falso alarme.

Deste modo, o paciente com um transtorno de ansiedade faz uma distorção cognitiva, antecipando uma ameaça mesmo quando existe uma pequena probabilidade dela ocorrer.

Os tipos de pensamentos automáticos presentes são influenciados pelas crenças centrais individuais, sendo que no caso de pacientes ansiosos, usualmente as crenças a respeito de si mesmo e do mundo tornam-nos propensos a interpretar uma grande variedade de situações como ameaçadoras.

As crenças centrais do paciente ansioso estão geralmente relacionadas com a vulnerabilidade, sendo que a maioria dessas crenças envolve questões de aceitação, competência, responsabilidade, controle e dos sintomas de ansiedade em si.


É importante que na psicoterapia com pacientes que sofrem de uma Perturbação de Ansiedade, façam parte do processo terapêutico técnicas e uma intervenção em linha com a Terapia Cognitiva Comportamental. Nesta, existe o objectivo de desenvolver a capacidade de reconhecimento e questionamento dos pensamentos automáticos que actuam como gatilho da ansiedade, bem como das crenças centrais relacionadas com a aceitação da ansiedade, com a vulnerabilidade face ao perigo e à ameaça. Igualmente importante é a integração do Mindfulness e de técnicas de respiração e contemplação do mundo exterior, retirando o foco hipervigilante dos sintomas físicos. 

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