Não
é a realidade que é ameaçadora, mas a interpretação que fazemos
dela
Nas
perturbações de ansiedade, os pensamentos estão por norma focados
no futuro, sobrevalorizando o perigo inerente a determinada situação
que se supõe ter que enfrentar. Quando o corpo está no momento
presente e o pensamento no futuro, destitui-se da capacidade de agir
perante a ameaça percebida, levando ao sentimento de incapacidade de
acção e auto protecção, activando de forma automática respostas
físicas de ansiedade.
Assim,
poderá existir uma avaliação incorrecta da situação, sendo os
riscos físicos ou psicológicos da mesma avaliados desadequadamente
e minimizando os recursos próprios para o enfrentamento do perigo
percebido.
Mesmo
sendo a ansiedade provocada por uma avaliação errada e futura,
existem respostas físicas que são por ela activadas e são
inadequadas à situação real e presente, criando um falso alarme.
Deste
modo, o paciente com um transtorno de ansiedade faz uma distorção
cognitiva, antecipando uma ameaça mesmo quando existe uma pequena
probabilidade dela ocorrer.
Os
tipos de pensamentos automáticos presentes são influenciados pelas
crenças centrais individuais, sendo que no caso de pacientes
ansiosos, usualmente as crenças a respeito de si mesmo e do mundo
tornam-nos propensos a interpretar uma grande variedade de situações
como ameaçadoras.
As
crenças centrais do paciente ansioso estão geralmente relacionadas
com a vulnerabilidade, sendo que a maioria dessas crenças envolve
questões de aceitação, competência, responsabilidade, controle e
dos sintomas de ansiedade em si.
É
importante que na psicoterapia com pacientes que sofrem de uma
Perturbação de Ansiedade, façam parte do processo terapêutico
técnicas e uma intervenção em linha com a Terapia Cognitiva
Comportamental. Nesta, existe o objectivo de desenvolver a capacidade
de reconhecimento e questionamento dos pensamentos automáticos que
actuam como gatilho da ansiedade, bem como das crenças centrais
relacionadas com a aceitação da ansiedade, com a vulnerabilidade
face ao perigo e à ameaça. Igualmente importante é a integração
do Mindfulness e de técnicas de respiração e contemplação do
mundo exterior, retirando o foco hipervigilante dos sintomas físicos.
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