segunda-feira, 13 de abril de 2015

Ataques de Pânico


Um ataque de pânico é a aparição repentina de uma avassaladora sensação de ansiedade e medo atingindo o seu pico ao fim de 10 minutos e atenuando em 20 ou 30 minutos.
Os sintomas mais referidos são:
Ritmo cardíaco acelerado
Sensação de desmaio
Dificuldade em respirar ou hiperventilação
Sensação de estar a morrer
Medo intenso de enlouquecer ou de perder o controlo
Dor ou desconforto na zona do peito
Tremores
Sensação de despersonalização (como se o corpo não lhe pertencesse) ou de desrealização.
Náuseas
Dormência ou formigueiro nas mãos, braços, pernas ou pés
Sensação de frio ou calor intenso
Se não forem alvo de intervenção, podem originar uma Perturbação de Pânico e/ou outros problemas como o isolamento social. Quanto mais rapidamente procurar ajuda, melhor o prognóstico de intervenção e recuperação.
Como acontecem os ataques de pânico
A verdade e que todos temos uma resposta física ao stress.
Podemos sentir-nos ansiosos quando surge um problema no nosso local de trabalho, quando temos um exame na escola ou uma decisão importante a tomar. Porem, para alguém que tem ataques de pânico, estas pressões externas despoletam reações físicas intensas, como se estivessem a ser atacadas por um leão. A adrenalina dispara e o corpo e a mente têm uma resposta de fuga ou ataque face ao perigo percebido.
Contudo os ataques de pânico são duplamente assustadores dado que não existe um perigo real que os provoque e, assim sendo, podem acontecer a qualquer momento e em qualquer situação.
Ao longo do tempo, muitas das pessoas que sofrem de ataques de pânico revelam ter desenvolvido “medo de ter medo” de ter outro ataque de pânico. Tal pode inibir a normal realização das suas retinas e diminuir seriamente a sua qualidade de vida. No extremo, algumas pessoas recusam-se a sair de suas casas ou a regressar a locais onde já tiveram um episódio de pânico.
Os ataques de pânico podem ocorrer apenas uma vez, no entanto, muitas pessoas relatam repetidos episódios. Os ataques de pânico recorrentes muitas vezes são accionados por situações específicas como atravessar uma ponte, falar em público ou ficar sozinho/a inesperadamente – especialmente se essa situação já provocou anteriormente um ataque de pânico. As características de uma situação indutora de pânico são situações em que nos sentimos em perigo e somos incapazes de sair dela.
É comum o aparecimento de ataques de pânico em etapas de mudança na vida das pessoas como mudar de escola, entrar no mercado de trabalho, mudar de país, casar ou ter filhos. Situações geradoras de muita ansiedade como a morte de uma pessoa próxima, o aparecimento de uma doença grave, divórcio ou perda de emprego podem activar um ataque de pânico.
O Verão pode ainda ser uma estação predominantemente relacionada com os ataques de pânico, como mostram vários estudos, uma vez que as temperaturas elevadas podem despoletar vários dos sintomas a eles associados (como o aumento do ritmo cardíaco e a sensação de falta de ar).
Alguns catalisadores dos Ataques de Pânico:
Ansiedade Antecipatória: A sua mente está focada num evento passado traumático e o seu corpo responde como se esse evento estivesse a acontecer neste momento.
Visualização auto-destrutiva: Pode temer perder o controlo da situação presente. Interpreta a situação como potencialmente perigosa e o seu corpo segrega adrenalina preparando-se para lidar com o perigo.
O seu corpo em alerta. O cérebro envia uma mensagem ao seu corpo para protege-lo face ao perigo percebido. Assim, o seu ritmo cardíaco aumenta para que o sangue circule mais rapidamente até aos seus órgãos vitais, a respiração acelera para oxigenar o sangue que circula e os seus músculos tensionam-se para que possa mover-se mais rapidamente.
A sua mente fica presa aos pensamentos catastróficos. Em vez de reagir no sentido de resolver o problema percepcionado, fica preso no perigo percebido e incapaz de deixar o medo ir.
A sua respiração acelera. Durante um ataque de pânico, a sua respiração acelera para que possa ter mais oxigénio disponível para o sangue. Neste processo, os seus pulmões exalam mais dióxido de carbono do que o produzido pelas suas células, diminuindo os níveis de dióxido de carbono no sangue e no cérebro.
O que pode fazer?
Aprender sobre o pânico – Recolher informação sobre este tipo de condição ajudar bastante a relacionar-se com a ansiedade e o medo.
Evitar cigarros e cafeína – Estes dois produtos podem provocar ataques de pânico em pessoas susceptíveis.
Aprender a controlar a respiração – A hiperventilação que sente durante um ataque de pânico promove muitas das sensações que o acompanham (tonturas, aperto/dor no peito). Uma forma de controlar esses sintomas é através da respiração, controlando a entrada e saída de ar e equilibrando os níveis de oxigénio e dióxido de carbono no corpo.
Praticar técnicas de relaxamento – Se tiver experiência de prática de yoga, meditação ou técnicas de relaxamento muscular progressivo poderá utilizá-la para fornecer ao corpo a indicação para relaxar em vez de entrar em ansiedade. Irá sentir não só um aumento de relaxamento, como sensações de bem-estar e de plenitude. Encontre espaço para estas práticas diariamente
Se nada disto melhorar os ataques de pânico: procure um psicólogo!
Existem várias técnicas/abordagens eficazes na intervenção com ataques de pânico, nomeadamente:
Terapia Cognitivo-Comportamental – Foca-se nos seus padrões de pensamento e naqueles que poderão estar a contribuir para a ansiedade, promovendo formas mais adaptativas de pensar/agir quando está a ter um ataque de pânico ou em situações de ansiedade intensa. Normalmente são identificadas as situações ou comportamentos que iniciam os seus ataques de pânico (acontecimento gatilho) e os comportamentos que os mantêm. Esta abordagem ajuda a olhar o medo e a ansiedade de uma forma mais realista e menos assustadora.
Terapia de exposição para ataques de pânico – Nesta abordagem (que pode e deve ser complementada com a anterior), será exposto/a às condições e sensações físicas do ataque de pânico num ambiente controlado e seguro para que seja possível aprender estratégias para lidar com o ataque de pânico. Pode-lhe ser pedido que respire muito depressa para simular a hiperventilação, que abane rapidamente a cabeça para simular a sensação de tontura e permitir que se habitue a lidar com as sensações físicas do ataque de pânico. Imaginar determinados locais ou acontecimentos potenciadores de um ataque de pânico pode também ser uma das formas de trabalhar a forma como vai lidando com ele, até ser efectivamente levado a esses locais, no final da terapia de exposição e com todas as estratégias aprendidas entretanto.

Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento Ocular (EMDR) Através desta abordagem são atingidos resultados rápidos tanto sobre os episódios potencialmente traumáticos vividos como nos “gatilhos” que promovem os ataques de pânico.

Catarina Satúrio

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